Um ronco de gaita já quebra o silêncio gineteando o vento se achega no rancho Me pega mateando no final de tarde de peito entonado "loco" por farrancho Já saio no trote do pingo estradeiro buscando entrevero campeando uma flor Dessas que floresce pelas madrugadas nos bailes campeiros pelo corredor. Quando tem surungo num fundão de campo já saio no tranco campeando gaitaço Pra gastar o taco pelo chão da sala esvoaçando o pala com a china nos braços Chego a despaçito vou "bombiando" a porta e a luz do candeeiro revela o que tem Loiras e morenas vão fazendo voltas no passo da marca que conheço bem O velho gaiteiro que sabe o meu gosto atiça o retosso no som da vaneira Largo atrotezito pra o meio da sala e as franjas do pala levantando poeira. Nos braços da prenda eu danço e balanço capricho no tranco "proseando" com jeito Arrastando as botas pelo chão batido ganhando sorriso que adoça meu peito Quando a madrugada vem clareando a fresta gasto o que me resta e vou me despedindo Monto no estradeiro que a tempo me espera e a lembrança dela carrego comigo