Nasci para correr o mundo E é assim que eu vivo feliz Gaiteando de pago em pago É a vida que eu sempre quis Um chapéu de aba larga Eu sempre trago comigo Me protege do sereno E às vezes serve de abrigo Não tenho morada certa O andar é a minha sina O azar não me acompanha Mulher não me determina Sou um parceiro do vento Sem destino e sem morada Quando o dia mostra a cara É que eu boto o pé na estrada REFRÃO Sou o que sou Tenho a gaita por parceira E um trancão velho monarca Que cruza serra e fronteira Num entreveiro de verso Eu dou a definição O dom de saber eu trago Com estilo e perfeição Sou um monarca do Rio Grande Que mostra a força do braço De gaita alciada no peito Deixo a marca aonde eu passo Prossigo minha jornada Pois nasci pra ser assim O Rio Grande por inteiro A de orgulhar de mim Sou mais um taura dos tantos Que deste chão se criou Não troco minha identidade Me orgulho em ser o que sou