Joao Henrique

Esta Festa das Cidades

Joao Henrique


Trazes no corpo
Sinais breves de amargura
O frio de casas a habitar
Trazes cidades praças ruas e a loucura
De uma canção por inventar

E tens a força da seara em movimento
Que incendeia o teu olhar
Tens a frescura da pedras e dos rios
Que a ternura do trigo por colher

E tens no sangue o grito das manhãs
Que a violência das coisas por sofrer
Das chagas por abrir dos nomes por saber
E um dia por surgir

Trazes vestígios de um segredo
Que guardas-te e uma semente em cada mão
Trazes amigos trazes datas e lamentos
Pra construir uma canção

E és a festa das cidades povoadas
Onde a viagem não termina
Tens a frescura das pedras e dos rios
Que a ternura do trigo por colher

E tens no sangue o grito das manhãs
Que a violência das coisas por sofrer
Das chagas por abrir dos nomes por saber
E um dia por surgir

E um dia em que as palavras por dizer
Serão rostos de sorri
Serão braços de mulher
Dias certos pra’ra partir

As palavras serão certas
Como a água que bebemos
Como fogo de saber
O que sabemos

E tens a força das pedras e dos rios
E a ternura do trigo por colher
Que a ternura do trigo por colher
E tens no sangue o grito das manhãs

Que a violência das coisas por sofrer
Das chagas por abrir dos nomes por saber
E um dia por surgir