A vida é uma fumaça Que vai e não volta mais Marcada pelo destino Que a gente leva e traz Na vida tudo é gostoso Quando a gente é rapaz Quando vai chegando a idade A malvada da saudade Daqueles tempos não sai No meu tempo de mocinho Nada me embaraçava Muitos pantaneiros ariscos No meu laço ele berrava Burro bravo e pulador Com minha espora sangrava Também no braço do pinho Se alguém pedia um versinho Na mesma hora eu cantava Já estou no fim da vida Mas tenho felicidade O mundo é mesmo assim Para quem sente saudade Os meus filhos já estão moços Hoje moro na cidade Pra mim é satisfação De viver comendo o pão Que ganhei na mocidade