Deitou o seu rebento no seu colo E revelou a mama de mamar E deu ínicio ao antigo protocolo De amar Dizia ao seu menino com afeto Que o mar nascia todo no seu peito O céu dos pobres era paredes e teto E leito Já foi mulher de caixa num balcão Já foi mulher que faxina armazém Aprendeu a lutar com as armas de um cão É mãe É mãe, é mãe É mãe, é mãe Tinha uma frase escrita num cartão Daquelas cicatrizes de uma vida Valhou com Deus, valhou também na tua visão Perdida Jurou que não morria na avenida E o filho soluçou de acreditar Tapou a mama por onde corria a vida de dar Já foi mulher de caixa num balcão Já foi mulher que faxina armazém Aprendeu a lutar com as armas de um cão É mãe É mãe, é mãe É mãe, é mãe Roubou uma flor no canteiro da rua Pôs um pouco de luz na sua dor Uivou como uma loba uiva a luz da lua De amor Já foi mulher de caixa num balcão Já foi mulher que faxina armazém Aprendeu a lutar com as armas de um cão É mãe É mãe, é mãe É mãe, é mãe É mãe, é mãe É mãe, é mãe É mãe