João do Sul

Abismo de Rosas

João do Sul


Ao amor em vão fugir procurei pois tu 
Breve me fizeste ouvir tua voz, mentira deliciosa 
E hoje é meu ideal um abismo de rosas 
Onde a sonhar Eu devo, enfim, sofrer e amar ! 
Mas hoje que importa se tua alma é fria 
Meu coraç;ão se conforta na tua própria agonia 
Se há no meu rosto um rir de ventura 
Que importa o mudo desgosto de minha dor assim, sem fim 
Se minha esperança o que não se alcança 
Sonhou buscar devo calar 
Hoje, meu sofrer e jamais dele te dizer 
O amor se é puro suporta obscuro 
Quase a sorrir a dor de ver, a mais linda ilusão morrer. 
Humilde, bem vês que vou, a teus pés levar, 
Meu coração que jurou, sempre ser, amigo e dedicado, 
Tenha, embora, que viver, neste sonho enganado, 
Jamais direi, que assim vivi, porque te amei !