João de Almeida Neto

Romance Costeiro

João de Almeida Neto


Nós nos veremos toda vez
Que o Uruguai trouxer a balsa
Banhando a ausência costumeira
De quem se esvai rubeando garças

Costeando a cerca do infinito
Onde o destino toma mate
Bombeando as tardes
Domingueiras de verão

Nós nos veremos cada vez
Que a floração pilchar a mata
Arrebanhando outra quimera
Por quem te espera depois das águas

A insinuação do teu perfume
A inspiração do teu cantar
Há quanto tempo encurto o tempo pra chegar

Enquanto este rio der cancha
E a pampa qualquer acolhida
Eu vou marumbeando esperanças
Nos charcos depois da partida

Mas meu braço de remar parelho
Quebrando o espelho do meu navegar
Irá te fazer as vontades ao ver
Que a saudade te manda voltar