Quando a mãe se vai do rancho Há uma tristeza tamanha As margaridas fenecem E a casa parece estranha Roupas pousam no varal Há silêncio na cozinha E na floreira do pátio Vicejam ervas daninhas Quando a mãe se vai do rancho O coração se reparte E há uma cadeira vazia Na hora triste do mate Os sonhos se fazem insônia O berço perde o balanço E o filho pergunta: Deus Por que a mãe se vai do rancho? Quando a mãe se vai do rancho Deixa um quarto solitário Uma santinha sem preces Um castiçal e um rosário Não mais o velho tempero De manjerona e alecrim Somente um fogão sem lenha Numa casa sem jardim Um dia chega essa hora E o pranto não tem descanso Fica uma dor sem remédio Quando a mãe se vai do rancho