João de Almeida Neto

Lavando a Alma

João de Almeida Neto


Buenas, como vai compadre?
Não saio de casa faz uma semana
Ando arrocinando a laia
De uma égua baia lá de Uruguaiana

Passo alimentando o fiasco
De um terneiro guacho que soltei no pátio
Mas gosto de mimá o potrilho
Pisoteando o milho que arrumei pro trato!

Quem teima em ser peão
Nesta vidinha estancieira
Tem alma de galpão
Sempre em invernia com as ovelhas

Quem teima em ser peão
Nesta vidinha estancieira
Tem alma de galpão
Sempre em invernia com as ovelhas

Ah! Coração, que vida bendita!
Eu posso não gostá de uns troço
Mas o que é nosso é sempre bom cantar

Eu acho, meu compadre amigo
Que o lugar que eu vivo anda por demais
O cusco anda pelo açude
Descobrindo o mundo que avistou por lá

O piazedo tá com a mãe
Arrumando bóia pra engordá os cavalos
E as galinhas de bochincho
Tão fazendo cisco só pra me chateá