Que a nossa voz duetada com o som deste divino instrumento Casados com a melodia do nosso desejo e do nosso sentimento Ecoe dentro de cada coração levando o sabor da verdadeira doce e pura poesia De uma sonoridade singela, mas que emociona e contagia Som esse que nasceu lá do interior, veio lá do campo, lá da roça Veio pra falar e pra defender, mas só das coisa que é nossa Nós não tem nada contra as moda lá dos exterior Mas nós não troca o som da nossa viola caipira por um som de guitarra de rock and roll Prefiro mil vezes nossos causos, nossas prosas, as nossas modas de caçador O nosso jeito simples e bonito que só a gente tem de falar de amor Para quê melhor do que isso viola, violão ? Uma pinguinha pura, um cigarro de palha e dois cantador bão É claro que tudo isso com Deus na proteção Sem pisar em ninguém, a gente luta para defender E o que depender da gente a cultura nunca vai morrer Vou contar a minha vida do tempo que eu era moço De uma viagem que fiz lá pro sertão do Mato Grosso Fui buscar uma boiada isto foi no mês de Agosto Meu patrão foi embarcado pra linha Sorocabana Capataz da comitiva era o Juca Flor da Fama Fui tratado pra trazer uma boiada cuiabana No baio foi João Negrão, no tordilho Severino Zé Garcia no alazão e no pampa foi Catarino A madrinha e o cargueiro quem puxava era um menino Eu sai de Lambari na minha besta ruana Só depois de trinta dias que cheguei em Aquidauana Lá fiquei enamorado de uma malvada baiana Ao chegar em Campo Grande num cassino eu fui chegando Uma linda paraguaia na mesa estava jogando Botei a mão na algibeira, dinheiro estava sobrando Ela mandou me dizer pra que eu fosse chegando Eu mandei dizer pra ela vai bebendo eu vou pagando Eu joguei nove partidas meu dinheiro foi rodando A Lua foi se escondendo, vinha rompendo a manhã Aquela morena faceira trigueira cor de romã Soluçando me dizia Mutchacho leva-me contigo que te darei toda a minha alma, Todo meu amor, todo meu carinho, toda minha vida Os boiadeiros no rancho estavam prontos pra partida Numa roseira cheirosa os passarinhos cantavam Minha besta ruana parece que adivinhava Que eu sozinho não partia, meu amor me acompanhava Eu saí de Campo Grande com a boiada cuiabana Meu amor veio na anca da minha besta ruana Hoje eu tenho quem me alegra, na minha velha choupana