Eu não me lembro de ouvir ela dizer palavras doces Na minha infância eu só vi ela dar duro para me criar Os seus critérios para me educar sempre foram tão simples Que até hoje ainda me lembro sem pestanejar Sobreviva hoje Pra continuar lutando Amanhã Nas ruas, numa calçada, num beco sem saída Nas noites frias e escuras de minha infância vazia Estávamos sempre juntos, eu e ela no nosso lar (Fosse onde fosse naquela noite) E por mais que tudo e todos dissessem o contrário Ela continuava me ensinando com seus exemplos Sobreviva hoje Pra continuar lutando Amanhã Muitas das noites que dormimos no relento eu ouvia Ela chorando bem baixinho para não me acordar Mas de manhã quando acordava só mostrava no semblante A sua garra e sua força que na vida parecia até esbravejar