Desvio dos teus ombros o lençol, Que é feito de ternura amarrotada, Da frescura que vem depois do sol, Quando depois do sol não vem mais nada... Quando depois do sol não vem mais nada... Olho a roupa no chão - que tempestade! Há restos de ternura pelo meio, Como vultos perdidos na cidade Onde uma tempestade sobreveio... Onde uma tempestade sobreveio... Começas a vestir-te, lentamente, E é ternura também que vou vestindo, Para enfrentar lá fora aquela gente Que da nossa ternura anda sorrindo... Mas que ninguém sonha a pressa com que nós A despimos assim que estamos sós! Mas que ninguém sonha a pressa com que nós A despimos assim que estamos sós!