Sou caçador de tesouros Nas minas do mar. Mouro, tive ambição, mas Aprendi que safiras, cristais, Cordas podres, Pro mar são iguais. Mar, Os malditos tumbeiros, As proas de impérios, Dilataram teu seio, é, E ergueram teu pênis De sombra e mistério: És o homem e a mulher. Tanto azul E as espadas do sol, Tanto arpão Mas o pólen do adeus Fecundará na saudade a sedução. Sou peregrino No amante de todos os rios, Nos atóis e corais, é, No crepúsculo piso Em recifes e escamas Com as águas em chamas. Noite, O escafandro penetra No útero-mar E a lua no cio é Uma loba que o leite Ao gozar cai no mar E expande a maré... Essa cor, de esmeralda-manhã, Vai virar mil turquesas do Irã - Se venta assim, ouço a voz do muezim...