João Bosco e Vinícius

Estrada de Chão

João Bosco e Vinícius


Estrada de chão, o seu tempo se foi
Pra ter a peonada poeiras de boi
Cobriram de preto a estrada de chão
E mais preto é o luto do meu coração

O passado morreu, só ficaram lembranças
E morre comigo, a doce esperança
De ainda ouvir na encruzilhada
Um berrante tocando chamando a boiada

Grita o peão: Uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada
Grita o peão: Uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada

Alegres pousadas
Com meus companheiros
De há muitos janeiros não sei onde estão
Cadê ferreirinha, João boiadeiro
Gonzaga, mineiro e o negro tião?

Que arriscavam a vida em cima do arreio
Em todo rodeio, chamavam a atenção
Seus nomes famosos ficaram pra história
Passados e glórias na estrada de chão

Grita o peão: Uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada
Grita o peão, uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada

Meu par de esporas, meu laço e arreio
Que há tempos
No meio das tralhas, guardei
Meu velho berrante que enfeita a sala
E ao lado as medalhas que colecionei

Meu cavalo baio relincha no pasto
Sentindo o cansaço que o tempo lhe fez
E a passarada alegra o sertão
Gorjeiam cantigas na estrada de chão

Grita o peão: Uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada
Grita o peão, uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada

Grita o peão: Uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada
Grita o peão, uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão, vai boiada