Olho ao meu lado, na rua desperto rostos à espera de alguém bocas caladas tão perto, deserto nas cidades de ninguém Há no pousio desta vida, um silêncio de quando nos vemos sós e vejo contados, meus medos, meus sonhos no mais belo livro que eu vi Olho para o Tejo, navego na noite encosta a terra um navio foram-se os corvos partiram para Goa contam mentiras do império Há nas palavras perguntas respostas mistérios por desfazer um sentido cego para tudo e para nada no mais belo livro que eu li Olho a cidade no espelho das águas chega de longe um amigo com pensamentos constrói os seus dias e o tecto do seu abrigo Corto as amarras, venceu a maré dos mundos por descobrir nas margens da vida se escrevem as linhas do mais belo livro por vir.