João Afonso

Fita Prateada

João Afonso


Não sei por vezes onde estou 
Pela estrada vamos com vagar 
Em dia claro ou sombrio 
noite estrelada.... ou não 
calor frio ou chuva de verão 
a caminho de algum lugar 
os bosques soltam na aragem 
um cheiro doce, a febre da viagem 

Não sei por vezes onde vou 
entre a partida e a chegada 
morre o poente na janela 
e na demora da jornada 
corre longe a fita prateada 
e não saber o que nos espera 
mágico instante que apetece 
em horas sonolentas, conversar 

Não sei por vezes onde estou 
Pela estrada vamos com vagar 

Está na hora da partida 
para uma lenta vertigem 
A estrada é para nós 
É de abalar