Vai, seguir andando sobre as brasas E se perder nas veredas da cidade Com as palavras querendo sair Ao mesmo tempo em que vai Seguir andando sobre a lâmina E vai se encontrar nas vertigens Vomitar o ranço dos dias Na mesma hora em que vai Seguir andando sobre os cacos E comer poeira aos bocados Contando os graus do mormaço No mesmo instante em que vai Seguir andando sobre as águas E adivinhar enxurradas Derreter o gesso do peito No mesmo instante em que vai Ser o que não sabe ainda ser O que advinha e busca ser O que encontra, não o que procura ser Os pés e a rua e pela luta afora ser Ser o que não sabe ainda ser O que advinha e busca ser O que encontra, não o que procura ser O peito aberto ser O braço armado de si