Ontem liguei à minha mãe, perdido Ninguém merece ver assim um filho E contei-lhe as discussões que temos tido E do medo de só me quereres na tua vida como amigo Oh mama A verdade é que eu nunca a poupei Com medo que ela me esquece-se no corpo de alguém E agora eu tô aqui sozinho À procura de alguém que me conduza ao meu destino Porque Já não passam táxis hoje Não passam táxis hoje Já não passam táxis hoje E eu só queria um para ir pra longe Não passam táxis hoje Já não passam táxis hoje Eu tô no mesmo sítio onde me deixaste à chuva Como é que de duas vidas nós nunca fizemos uma Nunca vivemos perto um do outro Mas já partilhamos casa cada um na sua rua E agora que a distância era curta Eu passei do volante a pendura Tu foste e descobriste um novo atalho Pra pedir boleia a alguém que é dono de estrada nenhuma Já não passam táxis hoje Não passam táxis hoje Já não passam táxis hoje E eu só queria um para ir pra longe Não passam táxis hoje Já não passam táxis hoje Não passam táxis hoje e eu tô em apneia A gritar por socorro, a pedir uma boleia Hoje eu sou o teu desgosto e eu já fui o primeiro A querer ver no teu rosto tudo que me incendeia Mas tu mandas lenha pra fogueira Para arder com os meus argumentos Eu queria calor, não queria queima Nem fumo pra fazer dias cinzentos Se não confias em mim Será que é porque não confias em ti também? Se eu nunca te menti Será que és tu que dormes perto de alguém? Chamo um táxi e se ele não vier Eu vou a pé até de manhã Pra poder manter a fé viva nos teus olhos de avelã Já não passam táxis hoje Não passam táxis hoje Já não passam táxis hoje E eu só queria um para ir pra longe Não passam táxis hoje Já não passam táxis hoje