Noites calmas, cobertas de escuridão e frio Certezas pálidas, íngremes, a fio... Saltos, gritos, choros e rabiscos E o Cinturão de Órion suavemente riu Do céu caem gotas puras de almíscar Esparzindo seu suposto aroma Induzindo-me ao coma De meus pensamentos férteis Mas a tempestade é calma É fria, cinza e alcoólica Minha cólera é eólica Redundante, reticente... E você, me sente? Sinto-me transparente pelos receios dos meus passados... Pesadelos pintando em mim sua execução Aperfeiçoada a imaginação Constrói, dá vida e traz o sofrimento Que de imaginado, nada mais tem Vermelho escorre rumo ao oceano Num colapso assaz compulsivo Meu desejo reprimido Infinitamente exíguo E o meu fogo queima e arde Toda a sua indiferença Ausente a paciência Mordo a isca e beijo a morte Sei da minha sorte Sinto-me inexplicável pelos fascínios de meus futuros... Infinitos dançando nessa oposição Imaginados Mas a tempestade é calma É fria, cinza e alcoólica Minha cólera é eólica Redundante, reticente... E você, me sente? Sinto-me transparente pelos receios dos meus passados...