Eu vou contar pros cumpade Em forma recital Que a matriz do meu juízo Só teve uma filial Uma moça tocha-acesa De pavonear beleza Mas voou do meu quintal O que eu sentia por ela Era um carinho, um fervor Não de terceira grandeza Foi grandezona primeira Dessas que hasteia a bandeira No pavilhão do amor Ela, um biscoitozinho weife De doce sanduichado Enxuta a pano de prato Do mormaço do serrado E um beijo desses que estica Desses que marca e arrochica E o cabra fica marcado Picolezado no frio Tinha os peitinhos pulado Podendo ser lido em braile E eu cego, apaixonado Com ela aprendi a sonhar Ternurar qualquer coisinha Ternurar o fuloreio Que fulora uma plantinha Desatar o nó das coisa Arquivar pasta de briga Saborizar os chamego Me esprivitar das fadiga Envergar torre de igreja Pra desenganchar a Lua Só maginando a nueza Daquela cabôca nua Quando ela me avistava Nas esquinas do pomar Era um bote de jibóia Que vinha de forma ofídica Querendo me jiboiar Um dia entrou num concurso Pra miss brejo e sertão Era a mais apetrechada Mas foi desclassificada Pelo ruim da comissão Chorou três dia e três hora Desgostou-se, foi-se embora Deixou de vez os grotão Eu virei uma casca oca Feito um tatu sem tatu Desmunicipalizado Distrito do pau-cansado Margurado e jururu Fiquei com jeito de bispo Fugitivo do pecado Pra não amar novamente Nem coisei nem fui coisado Me vendo ali acuado Sem água-vai-água-vem Escrevi pra caboquinha Que logo escreveu também Gostei muito de você Mas casar, não posso mais Hoje eu sou divorciada Das conhecenças carnais Tou num convento de freira Servindo ao povo cristão Soube que tu sois beato E guardo aqui o teu retrato Com zói lustre de paixão Eu confesso, meu cumpade Que foi tanta da emoção Que'ue sendo um dr. Zerbine Que'ue sendo um dr. Jatene Um carlos bento de souza Ou outro cirurgião Se o peito dela eu abrisse Botava a faixa de miss No ombro do coração