(E o mestre Vital Farias dá de garra do violão e com força e erudição acompanha musicalmente o poema "A Morte do Matador") Eu num gosto dessa história Que agora eu vou contá História de valentia De brabeza e de fuá História de muitas morte "Pru" muita farta de sorte eu só morri no "finár". Eu nasci "ditriminado" A ser grande atiradô "Ditriminado" a ser "brabo" "Espaiadêro" de "horrô" "Sapecadô" de bofete "Brigadô" de canivete Faca, peixeira e facão Trinchete, foice e enxada De revolver e espingarda Metralhadora e canhão. Eu nasci "desaprovido" Dos lado que todos têm Num tenho lado criança Lado mulé, nem do bem Só tenho lado abusado E não fico sossegado Do lado de seu ninguém. Confesso, sou injuado Mais sério do que defunto Num sou de trocar risada Num sou puxar assunto Num fujo da "bandidage" E tendo mula "selvage" Se for pra muntá eu munto. Já matei vinte valente Matei uns dez valentão Uns vinte e tanto safado Uns oitocentos ladrão De traideiro, um punhado De vigarista afamado Num me lembro, uma purção. Eu inté perdi a conta De quantos tiro já dei Mas as bala que "cuspiro" "Chegaro" adonde mirei Pra não "dizere" a "bobage" Q'eu falo muita "vantage" Uns, dois ou três eu errei. O dia que eu morri Foi quando tu me "olhô" Todas "fulôre" que "chêra" Naquele dia "cheirô" Todas estrela que "bria" Naquele dia "briou" As "passarada" que canta Naquele dia cantô Todo "brabo" que não chora Naquele dia "chorô" Porque todo "amô" que mata Naquele dia matô. "Pru" riba de tantos causo Sei que morrê não mereço Tô no céu, tô nos teus braço De quaje nada padeço Por isso a partir "dagora" Só vou contá minha história morrendo já no começo.