Aquele chão hoje tão abandonado Foi no passado um verdadeiro jardim Da casa branca onde foi palco de festa Hoje só resta suas marcas no capim Restos de esteio que também vejo caído Já corroído pelos anos ali no chão É a imagem da tristeza que desola Mas que consola na dor da recordação Ouço a biquinha de água cristalina Que vem da mina ao terreiro da cozinha Estou me vendo dentro dos meus oito anos Feliz brincando no recreio da escolinha Ouço as batidas do monjolo lá na fonte Lá bem no monte o gado leiteiro pastando Vejo as galinhas correndo atrás do milho E o meu tordilho manga-larga relinchando Pobre porteira, só resta um mourão Recordação que jamais esquecerei Nele escrevi o lindo nome da Rosinha A caboclinha com quem eu me casei Vou relembrando e sonhando acordado O meu passado que só me faz sorrir Pra quem viveu tamanha felicidade Tanta saudade não é fácil resistir