Quando você entra na sala de trabalho Com o seu charme e o seu gostoso perfume Até a flor que coloquei em sua mesa Fica murcha de inveja e de ciúme E quando chega em frente sua escrivaninha Até a cadeira lhe recebe com ternura Sua caneta ao deslizar entre seus dedos Fica orgulhosa pela sua assinatura Ao descobrir a máquina de escrever Representa estar acariciando alguém Um alguém que você ama com carinho E que por certo deve lhe amar também Você trabalha o dia todo e não percebe Que a todo instante eu a olho com ternura E um desejo quase louco me domina De ser amado por tão linda criatura É desse jeito que as horas vão passando Quando percebo já chegou o fim do dia Você sorrindo se despede e vai embora Deixando a sala e minha alma tão vazia Todos os dias eu assisto o mesmo drama Vejo no palco ir fechando a cortina Mas numa noite vou sonhar acordado Com a imagem da mulher que me fascina