Imitant Courteline, un sceptique notoire Manifestant ainsi que l'on me désabuse J'ai des velléités d'arpenter les trottoir(e)s Avec cette devise écrite à mon gibus "Je ne crois pas un mot de toutes ces histoires" Dieu, diable, paradis, enfer et purgatoire Les bons récompensés et les méchants punis Et le corps du Seigneur dans le fond du ciboire Et l'huile consacrée comme le pain bénit "Je ne crois pas un mot de toutes ces histoires" Et la bonne aventure et l'art divinatoire Les cartes, les tarots, les lignes de la main La clé des songes, le pendule oscillatoire Les astres indiquant ce que sera demain "Je ne crois pas un mot de toutes ces histoires" Les preuves à l'appui, les preuves péremptoires Témoins dignes de foi, metteurs de mains au feu Et le respect de l'homme à l'interrogatoire Et les vérités vraies, les spontanés aveux "Je ne crois pas un mot de toutes ces histoires" Le bagne, l'échafaud entre autres exutoires Et l'efficacité de la peine de mort Le criminel saisi d'un zèle expiatoire Qui bat sa coulpe bourrelé par le remords "Je ne crois pas un mot de toutes ces histoires" Sur les tombeaux les oraisons déclamatoires Les: "C'était un bon fils, bon père, bon mari" "Le meilleur d'entre nous et le plus méritoire" "Un saint homme, un cœur d'or, un bel et noble esprit" "Je ne crois pas un mot de toutes ces histoires" Les "Saint-Jean bouche d'or" , les charmeurs d'auditoire Les placements de sentiments de tout repos Et les billevesées de tous les répertoires Et les morts pour que naisse un avenir plus beau "Je ne crois pas un mot de toutes ces histoires" Mais j'envie les pauvres d'esprit pouvant y croire Imitando Courteline, um notório cético Ao expressar-me assim, que me tirem as ilusões Tenho a imprudência de andar pelas calçadas Com esse lema escrito na minha cartola “Não acredito em uma só palavra de todas essas histórias” Deus, diabo, paraíso, inferno e purgatório Os bons recompensados e os maus castigados E o corpo do Senhor no fundo do cibório E o óleo ungido, como o pão bento “Não acredito em uma só palavra de todas essas histórias” E a boaventura e a arte divinatória As cartas, os tarôs, as linhas da mão A chave dos sonhos, o pêndulo oscilatório Os astros indicando o que acontecerá amanhã “Não acredito em uma só palavra de todas essas histórias” As provas de apoio, as provas peremptórias Testemunhos dignos de fé, colocadores de mãos no fogo E o respeito pelo homem no interrogatório E as verdades verdadeiras, as confissões espontâneas “Não acredito em uma só palavra de todas essas histórias” O desterro, o cadafalso, entre outras escapatórias E a eficácia da pena de morte O criminoso tomado por um zelo expiatório Que faz o “mea culpa” atormentado pelo remorso “Não acredito em uma só palavra de todas essas histórias” Sobre os túmulos, as orações declamatórias Os: “Era bom filho, bom pai, bom marido” “O melhor dentre nós e o de maior mérito” “Um santo homem, um coração de ouro, um belo e nobre espírito” “Não acredito em uma só palavra de todas essas histórias” Os São João Crisóstomo, Boca de Ouro, os encantadores de auditório Os investimentos em sentimentos, com total tranquilidade E os discursos vazios de todos os repertórios E os mortos para que nasça um futuro mais bonito “Não acredito em uma só palavra de todas essas histórias” Mas, invejo os pobres de espírito que podem acreditar