Trago na alma a essência de campeiro que desde a infância para mim foi profissão domei tropilhas para senhores de estancias dormindo em catre no recanto do galpão Não tenho estudo mal e mal assino o nome mas pra cantar o pensamento se destrincha pois Deus me deu além do oficio de campeiro um peito forte que nem argola de cincha Quando me pedem pra cantar de pronto eu canto trago comigo doze braças de argumento falo de tropas de cavalos e bochinchos versos crinudos que se trançam tento a tento Peço desculpa se meu linguajar campeiro não é do gosto de moçitos diplomados mas fui criado mordendo oreia de potro nasci reiuno raposeno e abagualado Por isso eu peço ao capataz da estancia grande pra entrar no céu eu mando um chasque neste instante que não se assuste se acauso eu chegar gritando com uma tropilha de bagual solta por diante