Eu sei pois já me contaram Pra nunca apontar o dedo Mas se bombear em segredo Igual o gesto eu faço Pois num olhar que enlaço Vejo damas na minha frente Parecendo três pingentes No brinco negro do espaço Mil amores já choraram Pras marias deste mundo Mas aqui no campo fundo Que a noite é mais aberta O amor que a mim desperta Na falta da companhia E cuidar das três marias Uma a uma em linha reta Será que até na lonjura Tal qual a minha e a bela É que alimenta as macelas Junto do peito doído Pois penso assim comovido Que muitos tem a esperança De pegar quem não se alcança De chegar sem nem ter ido Assim fico e me pergunto Qual o sobrenome de vida Serão distintas marias Ou são trigêmeas de fato Só sei que ali do alto Abrilhantam as copas grandes Um arvoredo errante Que veste o corpo do mato Por voado em cima do arrelho Que reclina o pescoço Tentando entender o esboço Que meus olhos retalharam E humildemente guardaram As marias em segredo Pra nunca apontar o dedo Eu sei pois já me contaram