Domei um baio cebruno Pra “pecha” um temporal De caráter duvidoso Mescla de açúcar com sal Com vinte e um dias de rédea Já “escumava” no bocal Volta e meia ele sacode Meu paysandu oriental Parece diabo se inventa Se “arrastá” meio por farra Outrora me largou manco Vendendo tudo minhas garras Mostra a pimenta dos “zoio” Enruga o lombo e dispara E esquece o mundo berrando Manoteando a própria cara. Por isso chamo aluado Alma de fraco ou de forte É tigre fora da jaula Toreando a vida com a morte Coiceia a sombra do cusco Se o relho canta sua sorte E muda junto com a lua Nos dias de vento norte De vez em quando é um cachorro Do andar das minhas crianças Larga num trote pro campo Sereno até na sua estampa Se assusta com as carqueja Que com o vento balança E tenteia a bóia do dia No cocho da vaca mansa Quem olha o baio cebruno Cortando várzea no meio Pisando o pasto nativo Com as quatro patas de esteio Por certo chama a atenção Meu pingo jogando o freio Que domei nessa fronteira Pra ser querência do arreio. Por isso chamo aluado Alma de fraco ou de forte É tigre fora da jaula Toreando a vida com a morte Coiceia a sombra do cusco Se o relho canta sua sorte E muda junto com a lua Nos dias de vento norte