Numa noite de setembro Pois ainda bem me lembro Fui roubar uma chinoca Nunca esqueço aquele rosto Que na boca tinha um gosto De um licor de bergamota. Logo ali estava o rancho Me parei qual um carancho Na espreita da morena Nem um grilo não cantava Pro silêncio que pairava Descalcei as nazarenas. Não queria um só ruído Porque o velho era bandido E um certeiro atirador Na revolta em vinte e três Matou cinco de uma vez Por ser bom degolador. Quando um trato fiz com ela Três batidas na janela Por sinal deste pecado No abrir duma cortina Agarrei a mão da china Já montado no gateado. Fez alarde um guaipeca Parecendo uma rabeca Num tremendo alvoroço Pois então naquela hora Sai o velho porta afora Reluzindo um velho grosso. Coisa feia o estampido Quase que saio ferido Disparando pra faxina Ganhei mundo pela frente Pois o chumbo vinha quente Da Comblain do pai da china. Pra livrar minha garganta Eu perdi esta percanta Na batida do pinguel Por um tiro à distância Guardo hoje de lembrança Um balaço no meu chapéu.