Se as estâncias terminarem Restará uma nostalgia Existirão só lembranças Num papel em poesia. Não haverá mais no campo Capataz e peão posteiro Agregados, alambradores A cozinheira e o caseiro. Acabarão as tropilhas A estirpe de um domador Silenciarão os martelos Na mão do esquilador. Por isso faço meu verso De um jeito mais racional Estas estâncias gaúchas Já cumprem função social. Pois meu povo da fronteira Gente campeira e de terra Traz na alma uma estância E não bandeiras de guerra. Se as estâncias terminarem Será tapera mangueira As tropas gordas de maio Não cruzarão mais porteiras. Pra onde irão os changueiros Embolsadores de lã Guasqueiros tradicionais Sem o sonho do amanhã.