Eu anestesio minh'alma Com outra paz, que não é esta, que me resta? Pois o céu ainda é cinza E ainda sangram minhas chagas, minhas lastimas Agora reservo a nós A nuvem mais distante Nada mais é tão preciso Apenas mais ausente Suas lágrimas, seu amor Desconexos versos sem cor, sem cor E de todo tempo que se foi Minh'alma anda em paz Pela treva do espírito lancei-me Das esperanças suicidei-me rindo Sufoquei-as sem dó No vale dos cadáveres sentei-me E minhas flores semeei sorrindo Dos túmulos no pó Que importa? quando a morte se descarna A esperança do céu flutua e brilha Do túmulo no leito O sepulcro é o ventre onde se encama Um verbo divinal que Deus perfilha E abisma no seu peito!