Neste momento Aqui estou sobre um banquinho. Meus olhos estão fixos Atraídos pela escada de ilusões. Sinto tanto frio Assim o tempo vai passando Meu cabelo vai crescendo E minha barba esticando. Mistérios, segredos Alimentam um medo Terrível medo Tudo está trêmulo. A chuva escorreu ali um pesadelo E plantou constrangimento No lugar das flores. Levanto-me, saio, digo adeus Para quem? Se não há ninguém Que possa escutar a minha voz Leve e calma, assim sou. E vou caminhando, nu Na esperança de encontrar Alguém que ouça o meu chamado, Que me vista com felicidade E me leve, longe daqui Para nunca mais Voltar a ver, Aquele banquinho, a escada, A embarcação enferrujada, Um alguém sem coração. E para sempre, aquecido Da friagem do medo e do perigo.