Jane Duboc

O Velho e a Flor/ Veja Você/ Mais Um Adeus

Jane Duboc


Por céus e mares eu andei
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber o que é o amor
Ninguém sabia me dizer
Eu já queria até morrer
Quando um velhinho com uma flor assim falou

O amor é o carinho
É um espinho que não se vê em cada flor
É a vida quando chega sangrando
Aberta em pétalas de amor

Quem te viu e quem te vê, hein rapaz? (veja você)
Você tinha era manias demais (eu que tanto cuidei minha paz)
Mas aí o amor chegou (tenho o peito sangrando)
Desarmou a tua paz (doendo)
Despediu teu desamor pra nunca mais (de amor, por demais)

Mas agora você vai compreender (agora eu sei)
A extensão de todo o bem que eu lhe fiz (a extensão da loucura que fiz)
E você há de dizer (eu que acordo cantando)
Eu agora sou feliz (sem medo)
Quem te viu e quem te vê, hein rapaz? (de ser infeliz)

O amor é uma agonia
Vem de noite, vai de dia
É uma alegria e, de repente
Uma vontade de chorar

Olhe, benzinho, cuidado com seu resfriado (mais um adeus)
Não pegue sereno, não tome gelado (uma separação)
O gim é um veneno, cuidado, benzinho
Não beba demais
Se guarde para mim (outra vez, solidão)
A ausência é um sofrimento (outra vez, sofrimento)

E se tiver um momento, me escreva um carinho (mais um adeus)
E mande o dinheiro do apartamento (que não pode esperar)
Porque o vencimento não é como eu
Não pode esperar

O amor é uma agonia
Vem de noite e vai de dia
É uma alegria e, de repente
Uma vontade de chorar

O amor é uma agonia
Vem de noite e vai de dia
É uma alegria e, de repente
Uma vontade de chorar