Terreiro grande Terreiro quintal de fazenda Fazenda de gado e moenda Engenho de cana caiana Mangueira velha Que já foi tronco de cativeiro Sinhá quando varre o terreiro Se lembra da terra africana O povo de zâmbi dançava Depois da colheita da cana Pro santo que o branco mandava E nanã virava santana No meio dessa dança escrava Se via sinhá de baiana Com a vassoura de piaçava Varrendo a vergonha africana O povo de cor na lavoura No pasto, senzala e choupana Abrandava a dor na salmoura Em cada final de semana No meio da raça opressora Se via sinhá veterana Varrendo sofrida com a vassoura O sangue da raça africana O povo de zâmbi guerreiro Um dia rebentou com gana A corrente do cativeiro Que nem fez com a palha da cana Durante esse dia inteiro Se via sinhá soberana Varrendo pra sempre do terreiro A dor da nação africana