Pele preta, carapinha já tordilha Traz na veia o sangue forte da gaúcha Ana Terra destes tempos vai passando Mãe de muitos, vó de tantos, tia Corrucha Sua mão de palma branca e dorso negro Cabecinha de criança enterneceu Em seu colo doce e quente se aninhavam Filhos brancos d'outro ventre, não do seu Quando moça, gerou filhos, correu mundo E varou de ponta a ponta estes rincões Quitandeou, arrumou festas para os outros Passou a vida conquistando corações Aos oitenta, o anjo negro é como o cerne É a velha timbaúva que não tomba Tia Corrucha bate forte sua chinela E tem a alma limpa e pura como a pomba