Deixa-me sofrer que eu mereço Por um pouco que padeço Não paga um terço do que fiz É tão grande, tão horrível, meu pecado Que eu sendo assim castigado É que me sinto feliz Deus, concedeu-me o direito De eu mesmo ferir meu peito Não quis meu crime julgar Bem feliz, é todo aquele que erra E aqui mesmo na terra Pode seu crime pagar Joguei uma jovem ao rigor dos caminhos A trilhar sobre um monte de espinhos Vejam só a maldade que fiz E quando, a encontrei assim atirada Doentia, tristonha e arruinada Pus-me a rir, desta pobre infeliz E hoje, o remorso que trago comigo Transformou-se em meu inimigo E procura vingar-se em meu ser Ando a vagar qual um louco morcego Que procura fugir do sossego Pra nas trevas do mundo viver