Os bichos saem pra algazarra Sem medo de nada Percebo o lixo revirado, rastros E pegadas sob o luar Pergunto ao homem na esquina - O que passa? Ele parece não saber de nada Num certo ponto penso eu em ir pra casa Mas me afasto dessa ideia errada Enquanto a luz diz um longo laranja adeus Percebo a sombra no canto dos olhos meus Os altos prédios nos fazem olhar pro céu Sem suspiro aqui embaixo é um escarcéu Já não há mais calma, nem dó Os bichos se atacam Mordem a fim de machucar Talvez não sobre nenhum Os bichos saem pra algazarra Sem medo da chuva ácida Que queima minha pele e a tua E se mistura com o chorume Que serpenteia nas ruas Tenho medo de estar descalço, sem sapato Vulnerável na chuva Não há sabão que possa nos limpar Mas posso estar na brisa errada A Luz já disse seu longo laranja adeus Sinto seus dedos nos dedos que são meus Os aviões travestem-se de estrelas Não há como não perceber sua beleza Já não há mais calma, nem dó Os bichos se atacam Mordem a fim de machucar Talvez não sobre nenhum Os bichos saem pra algazarra Sem medo de nada Percebo o lixo revirado, rastros E pegadas sob o luar Pergunto ao homem na esquina - O que passa? Ele parece não saber de nada Num certo ponto penso eu em ir pra casa Mas me afasto dessa ideia errada Enquanto a luz diz um longo laranja adeus Percebo a sombra no canto dos olhos meus Os altos prédios nos fazem olhar pro céu Sem suspiro aqui embaixo é um escarcéu A noite lava a alma, sem dó Os bichos se acalmam Mordem afim de acariciar Sem medo de machucar