Meu velho Uruguai lendario dos meus tempos de guri, de piavas, vogas, dourados, arraias e lambaris. Solito em distância larga desgarrado de teu leito saudade se fez amarga nas barrancas de meu peito. Deixei de ser quem eu era partindo em busca do amor mas ficou na linha de espera meus sonhos de pescador. Quando gritar a saudade me pedindo pra voltar vou ser guri novamente para em tuas águas nadar. Sem o fruto de tuas águas sem balsa, sem contrabando na correnteza das mágoas no rio da incerteza eu ando. As minhas melenas brancas eu sei que o tempo trará mas ei de encontar nas barrancas os meus segredos de piá. Então, no rumo dos ventos meu pensamento se vai a suplicar, num lamento, meu velho rio Uruguai.