Ela chegou de repente Como quem não queria nada Me olhou nos olhos E me ofereceu um gole de cachaça Quero porque quero Teu calor, tua fogueira Me queimando na lareira De tuas coxas Teu fogo Tua imagem Desdobrando em labareda E sua língua inflamável Combustão em Lumeeira Eu quero brasa Esse teu lume incendiando minha casa Fogaréu Me joga em tua fornalha Faísca dentro d’água Teu magma Teu corpo A tua imensidão Tua flama pira a minha pira Pira, pira, pira, pira, pira Leoa linda Juba de Leão Garra de felina Como dizer não Do avesso me embriago Em tua água ardente A correnteza de seu rio me afogou Óleos e incensos Fomes indecentes A mente assanhada nos acende Querer que invade Mas nem penso em proibir Tudo é permitido Não precisa nem pedir Vem transar ideias Fazer o mundo girar Tirar as coisas do lugar Leoa linda Juba de Leão Garra de felina Como dizer não Ela é bonita de se admirar De ver-la passar Fico até sem ar Ó meu Deus Ó minha Deusa Ó meu pai Oxalá