Estranha fome que dá De sentir arrepio na nuca Deixa a cabeça maluca Chego a perder a estribeira Pode até ser que é besteira Mas tá na cama que deito E tem horas que até me sujeito E o jeito é ser seu predicado Por isso até fico calado Mesmo que seja um despeito Lambendo a vida com os beiços Sou alvo de tuas mordidas De tuas tão margaridas Madeixas que deixas em pelos Que ao me roçar nos cabelos Sou forte, sou frágil, sou belo Em mim meu triste castelo Em mim minha triste masmorra Eu grito, não vá! Grito, corra! Pois esse sabor eu conheço E o partilhar do momento Desses que até causam medo É quando eu entro pra dentro E adentro a sua morada É essa fome danada De olhos que fazem de tudo De boca que feito veludo Me amansa e me deixa macio É cio, é sal, é fogueira As letras que encantam Em seu corpo Mexendo os desejos meninos Deixando meu ego absorto Fome de estar do avesso De te escrever poesia De dormir ao teu lado E te ver nos raios do dia De te cantar várias letras De te catar com vontade Pra emudecer o meu mundo E te deixar à vontade E daquilo que ainda nem sei o que é, sentir saudades