Celebro e quebro condutas Fim das disputas, fim dos rancores Quero mais amores, livres e disparados Quentes e despudorados a nos livrar das dores Dos dias cinzas e tristes Máquinas, buzinas, vidas O que dizer das vidas, que feito espadas se batem? Falta água, carinho, falta luz e tudo que nos conduz Nos desvia da paz e mais Falar de amor é falar de prisão, mas comigo não Eu quero colo, eu quero abraço Que me livrem deste cansaço, deste marasmo Deste peso que feito morsa prensa Feito crença que castiga em flagelo Eu quero desconstruir os castelos de areia e ferro Quero desobstruir as artérias Desfazer o cancro, o câncer e gozar os instantes Profundos e ligeiros Duradouros ou passageiros Eu quero ir sem medo Pois tudo isso tem nome É fome, é sede Eu quero escrever bem grande numa parede Pra que eu mesmo não esqueça Que meu jardim, lindo e bonito Está na minha cabeça e regar faz bem Por isso meu bem, regue o seu também E amanhã tudo será melhor