A madrugada que ainda era grande Pra quem mateava galponeando a vida Fogo e cambona pra aquecer a alma Tenteando a calma pra empeçar a lida. Corre a manhã, mormacenta e turva E um ar de chuva domina a paragem Linda imagem das garças em bando Que se vão rumbeando na xucra paisagem. Rompeu a tarde num rumor de tropa E as nuvens negras num compasso lento E o firmamento, se alobuna inteiro Pra um aguaceiro, guasqueado com vento. Meu rancho antigo se moldou com o tempo Trompando ventos no rigor do inverno É mais que um cerno, pois se fez torena Desfiando penas, para ser eterno. E o aguaceiro, se agranda por conta As sangas despontam com ganas de rio Quedou-se o assovio do vento maleva E pousou no alambrado o silêncio do frio. A noite se adianta e a chuva "amiúda" Se alçando de muda pra outro lugar Desata a cantar um grilo campeiro Que enxergou primeiro uma estrela a brilhar.