Quando encilho meu mouro busco a volta e alço a perna A alma xucra governa a ânsia bugra de andar Talvez buscando um lugar pra erguer rancho e galpão Um amor pro coração e alguns potros pra domar Quem tem alma de andejo traz a querência nos bastos Carrega estrivos gastos de chegadas e partidas Cevando as dores da vida, que tordilharam melenas Redomoniando as penas nas madrugadas compridas Por certo quem traz saudades, invernada nos pessuelos A solidão de sinuelo e um poncho tronpando geadas Conhece a dor da estrada que vem roseteando o pêlo Um mouro sacode a crina parecendo entender Que a falta de um bem querer é a razão da estrada Pra quem só tem madrugadas, e um sonho para viver Quem sabe alguma linda se agrade deste paisano E tenha sonhos e planos e um amor pra me entregar Um brilho terno no olhar e um cheiro de flor do campo Um catre cheio de encantos e um mate pra me esperar Se Deus quiser ergo um rancho no fundo de um corredor Para abrigar este amor destas garoas do agosto Matear mirando este rosto na mansidão da morada Deixando as léguas de estrada pra ser feliz neste posto