São os do Norte que vêm No Sol do céu do sertão No couro da minha sela No pelo do alazão Trago cantando meu povo Seu sangue, sua coragem De tantos anos sofridos Aqui na minha bagagem Faca de cabo de ouro Romances guerreiros Para a gente cantar Sela de arreios de prata Cavalos que andam com as patas no ar Não vim para ficar Eu vim para dar um exemplo Gibão aberto no peito Mostrando para todo o mundo As cicatrizes do eito São os do Norte que vêm Seu sonho de vastidão Valente Sol do meu mundo Galopa meu alazão Vim galopando no ar Caminhos de estrelas De Sol para o mar Mostro que lá no Sertão Galopo à vontade se assim desejar Eu vim ensinar Filho do Sol do deserto Sou dono do meu destino Meu canto é rifle de ouro Que foi de Antônio Silvino São os do Norte que vem Eu vim mostrar na cidade No meu chapéu estrelado A estrela da liberdade Trago a buzina de caça Com cravos de prata Aqui e acolá Não peço nada demais Eu sou cantador O que eu quero é cantar E depois voltar E depois voltar E depois voltar