Ai, deixa-me chorar para suavizar o que não sei dizer mas sei sentir. Não pratear o amor que se perdeu é a nossa alma enganar e ao próprio coração querer mentir. Rir... é quase iludir, é querer forçar, o próprio coração a gargalhar, quando ele está solitário na dor, a soluçar de amor. É mais sublime a lágrima que exprime as nossas emoções, amenizando a alma cheia de ilusões, do que sorrir para esconder a mágoa que o olhar não diz. Não há ninguém feliz! Quero fazer das lágrimas que choro estrelas a brilhar, rosas de cristal do pranto emocional. Se ela voltar, fulgente diadema então lhe ofertarei do pranto que eu chorei! Sim, quem nunca chorou, certo, nunca amou, talvez nem alma tenha para sentir. Não me faz inveja este prazer, eu gosto, até de padecer, chorar é a mágoa em pérolas diluir! Mas quem quiser amar, certo há de chorar, há de sentir morrer o coração, porque o amor sendo belo é falaz. como os ais, se desfaz em ilusão! Vós que, como eu, viveis de amor, lágrimas frias, lágrimas de dor já derramastre, triste, na aflição do vosso coração que tudo quer... A ausência da mulher que idolatramos nos induz abrir as fontes d`alma e delas derramar as lágrimas de luz, dando expansões à dor, a dor sem par que, a palpitar, em nosso peito vive como esfaimado corvo a devorar o nosso coração em luta atroz. A alma tem o poder de dizer o que n`alma sentimos nós. Quando Maria, aos pés da cruz, triste fitava o rosto de Jesus, com as mãos as faces pálidas cobriu e o manto perenal caiu, quase a desfalecer do Grande Mártir o coração, quis vida, quis viver, sentindo a extrema-unção, Pérolas trementes de lágrimas ardentes de agonia, rolando pelo rosto de Maria, o transcedente amor a transluzir e a refletir as santas emoções. No céu, Deus, na glória do encanto, formou com o seu pranto as constelações.