Rezo a prece inaugural do payador das missões que amanheceu nos fogões sobre um couro de bagual enquanto ouvia um sorçal floreando um hino de guerra, na melodia que encerra a origem dos instrumentos e o tupã - senhor dos ventos, benzia os cantos da terra! De onde venho? - pra onde vou? - o que não sabe - adivinha! venho do riba da linha, lá - onde a pátria se gerou. O rio Uruguai berrou e fez que a terra se abrisse e dali - o guasca surgisse sobre o lombo do cavalo, volteando a história de um pialo pra que o gaúcho existisse! Morri - mas ressuscitei, das cinzas da minha fé, o sangue de São Sepé me fez santo - eu me fiz rei: gaucho me transformei num barbaresco improviso e - ali no chão impreciso, de parceria com o vento, sou hoje - o prolongamento, do chão sagrado onde piso!