De estrada e tropa Tropeei pela canhadas, do carcávio ao pedregal Enquanto a flor do pajonal desabrochava na invernada Avistei a lua prateada, trazendo luz à escuridão Como o lume do lampião refletido na minha adaga E o baeta colorada, pronto para ser sinuelo Costeado pelo cincerro no trote da minha bragada Uma morena enfeitiçada vem pra ser meu pesadelo E motivos de atropelos nos rumos desta tropeada Tropeiros, homens campesinos, que levam a vida na estampa Tentando semear na pampa um pouco dos seus destinos Quando se vão ao passo, com a tropa encordoada Deixam a pampa marcada de cascos e sonhos perdidos A estrada se vai à lo largo, e o dia passa com pressa A vida fica às avessas nas patas de um cavalo Quem sabe o corredor reserve algo depois da curva Pra clarear a visão turva de um tropeiro ponteador A chuva senta a poeira de léguas de estrada dura E o meu aba larga se apruma com o vento que guasqueia A fumaça se enleia, enquanto a tropa descansa Essa sina é a herança dos vaqueanos da fronteira.