Como pode um pescador, na barranca horas a fio Não se atrever ao poema, diante a riqueza de temas Que lhe proporciona uma rio Tem na calma do remanso, um silencio de tapera Onde uma voga arisca, brinca beliscando a isca Numa das linhas de espera Onde um martin num mergulho, faz tocaia a um lambari E uma cigarra harmoniza, lá do palco que improvisa Num galho de curupi E uma cigarra harmoniza, num galho de curupi Logo abaixo na cachoeira, de beleza exuberante Águas viram cambalhotas, tirando das pedras notas Pra seu canto murmurante Chega a noite e no pesqueiro, tem saudade e solidão Pescador abraça o pinho, que em seu colo faz o ninho Emparceirando inspiração Pra pescador ser poeta, é o mais fácil desafio Noites se vestem de Rillo, até num canto de grilo Pelas barrancas do rio Noites se vestem de Rillo, pelas barrancas do rio