Jad e Jefferson

Chão vermelho

Jad e Jefferson


Você ainda vale
Aquele arroz com feijão
E ao sentar-se à mesa
Agradeça em oração
Mas tire a venda dos olhos
Saia da escuridão
Saiba quando dizer sim
Saiba quando dizer não

Querem tomar da gente
O nosso papel do show
Não deve colher o fruto
Quem semente não plantou
Chega de esperar
Que outro vá e faça
Pois ninguém tem direito
De meter a mão na massa

Antes que a vida acabe
Antes que a barba cresça
Quero dizer agora
Tudo que vai na cabeça
Antes que eu vá embora
Que você me esqueça
Quero dizer agora
Tudo que vai na cabeça

Estão desmatando a vida
Tá vermelho nosso chão
A palavra tá "duida"
Tá "duido" coração
Estão queimando o celeiro do mundo
Tá doente o pulmão da terra
Estão apunhalando fundo
Que até o bom cabrito berra

Um sentimento cresce
No meio da multidão
Ser cego, surdo, mudo
É apenas condição
Matam o homem do campo
Como se fosse guerra
Só porque ele queria
Um pouco mais de amor à terra