Não fique assim de olho torto para represar Um aguaceiro que ao se converter Em tempestade vai se transformar, nos afogar Sei que a natureza impunemente vai nos desagasalhar Nos condenar com uma lei de efeito arrasador Por desculpar e afrontar o ato irracional Serei julgado mais um infrator Um marginal que aos tribunais ousou desafiar Mas, se tal sentença for pra me punir Qual o juiz a obrigar-me a tal pena cumprir Meu amor, não há porque fugir e me encontro assim Deus, no mundo, foi quem dispôs E o próprio Deus, sua lei é quem pode fazer revogar Mas sei, também, que o amor É um leva e traz que só faz e desfaz Mesmo assim, quero mais e o dobro do mais De uma forma voraz, ser bem feliz E além do mais, há muito tempo quero lhe dizer Ai, meu benzinho, não me faz sofrer É muito mal se desgastar o amor Isso é comum, ruim demais Não dificulte e nem deixe nublar e vulgarizar Ou reprimir o inconsciente que rege nós dois Não vem assim de olho torto pra me retalhar Não há quem possa me desagravar E nem me armar um temporal cruel, enorme assim Tem dó de mim, que impostor eu nunca fui, nem sou E as leis do amor, meu benzinho, jamais transgredi