A muito tempo meu avô sempre contava Quando ele trabalhava pra um ricaço valentão Praquelas bandas não existia clemência Onde a lei da violência imperava no sertão Disse que um dia viu um moço amarrado Pelo campo arrastado por um potro redomão Naquelas terras onde a lei é do mais forte Onde o fraco encontra a morte sem direito apelação. Aquele moço estava sendo castigado Só porque rosa do prado a esposa do patrão Gostava dele e o rapaz não deu confiança E a malvada por vingança ao marido disse então: - Seu empregado me faltou com o respeito Quero ver esse sujeito receber a punição Por mais que ele jurasse não ser culpado Morreu sendo arrastado naquele animal pagão. No mesmo dia quando o potro voltava Já mais nada ele arrastava pois não tinha mais ninguém Ao ver seu dono parece que até dizia Logo vai chegar o dia de arrastar você também E como prova que o destino é justiceiro Certo dia o fazendeiro teve a merecida queda Levou um tombo, no estribo ficou enroscado Pelos campos arrastado, pagou com a mesma moeda. Rosa do prado vendo o patrão caído Foi socorrer o marido mas a sorte foi fatal Por um castigo a sua hora foi chegada Também morreu esmagada pelas patas do animal Não há gigante neste mundo que não tema Nem montanha que não trema pela lei do redentor Qualquer tormenta no oceano se consome Quando alguém chamar o nome de Jesus nosso senhor.